As pacatas ruas de Entre Rios, onde quase não se vê pessoas nos finais de semana, carros aos domingos e asfalto em dias úteis, estão em alerta. Ontem, um grupo de asfaltantes encapuzados e fortemente armados sequestrou dois buracos e fez um anti-pó idoso refém, por quase duas horas. As informações são da polícia, que, como sempre, já possui suspeitos, mas ainda não os encontrou.
Segundo relatos de testemunhas, o crime ocorreu por volta das 2h da manhã de ontem. Três asfaltantes encapuzados, empunhando uma pistola de piche, renderam dois buracos que dormiam no meio do asfalto. A precisa localidade do crime é dificultada pela grande quantidade de ruas com as mesmas características, naquela região.
Ainda segundo buracos vizinhos, após dar voz de asfalto, um asfaltante amarrou as vítimas. Como os dois buracos eram muito grandes para serem levados, fez-se um frágil anti-pó refém. Um dos asfaltantes teria então iniciado uma discussão com um de seus comparfas comparsas, que teria se negado a atirar piche nos buracos indefesos. Os bandidos levaram pedras, terra, água e valiosos pedaços de pneus de carros, além de outros pertences dos buracos rendidos. As vítimas foram vendadas, mas soltas pelos ladrões.
Possível localidade do crime. Polícia investiga: ¨Algo não me cheira bem¨, constatou um inspetor. |
A investigação policial aponta para uma quadrilha denominada MSA (Movimento dos Sem Asfalto), conhecida pelos atos criminosos e de vandalismo. Recentemente um grupo do MSA invadiu um asfalto completamente esburacado, exigindo a retirada dos buracos. Investiga-se a relação entre os crimes. Os integrantes do MSA pedem uma reforma asfáltica imediata. ¨Queremos o fim do latifúndio asfáltico. O asfalto está nas mãos de algumas centenas de buracos, enquanto milhões estão sem asfalto para plantar e viver¨, dizia um estranho comunicado, aparentemente adaptado de um outro movimento criminoso.
¨A ideologia do movimento é legítima, não as são, entretanto, suas ações. O sequestro e aprisionamento de buracos é crime, tendo-se o objetivo nobre da repartição asfáltica, ou não. Indubitavelmente, cabe uma interpelação investigativa de cunho repressivo por parte do Miniftério Asfáltico Federal¨, informou o promotor Demétrios Picheguinha, enquanto comia farofa.
As vítimas passaram por exames de corpo de detritos e passam bem. O anti-pó solicitou acompanhamento psiquiátrico para eventual estresse pós-traumático.
As vítimas passaram por exames de corpo de detritos e passam bem. O anti-pó solicitou acompanhamento psiquiátrico para eventual estresse pós-traumático.
Efta é uma hiftória de ficfão. Qualquer semelhanfa com fatos, fotos ou línguas presas, terá sido mera coincidência. Este blog também não se responsabiliza pelo efeito colateral de trocadilhos oportunistas.